sábado, junho 23, 2007

O Celestino traz o Verão.


A manhã nasceu como todas as outras, alisada pelos longos e loiros fios de Sol. Cada canto era um esvoaçar que a passarada animada soltava, saudando a alvorada tão espera.
A frescura de orvalho era escassa, o vento já soprava tépido e seco.
Não era só de vida que se enchia o dia, também de esperança.
Em cada esfregadela de olhos a abrir, ansiava o olhar que, sedento de ver luz, atormentava a nossa imaginação com enorme esplendor e ambição de contemplar um dia longo e radioso.
Como podíamos duvidar, se ao olfacto já nos tinha chegado o cheiro a mar, areias da praia e bronzeados frescos e mal desenhados em peles empalidecidas pela bravura e eternidade do Inverno?
Verão que nada nos poderá tirar este instinto de saber que o ciclo da vida está a mudar e que entramos na época em que o exaustivo calor faz com que deixemos os fardos casacos, para desfilarmos as novas t-shirts e calçõezitos, em chinelos de última moda.
O Celestino (Solstício), a porta de entrada do Verão, deixou entrar o Sol que não é sol de pouca dura e pelo menos hoje durará mais que em outros dias. Entrou convencido e determinado, porque sabia que não precisava de ser anunciado, pois, já todos sentimos que o Verão chegou para ficar (tirando uma chuvinha aqui e ali).

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