segunda-feira, julho 09, 2007

Por favor, mandem-me às "ortigar"!


Enquanto aguardava ansiosamente pela poderosa aula de Body Pump, sentado nas inconfortáveis cadeiras do bar do Gym, esfolhando uma dessa revistas que dão dicas para melhoramos a nossa performance, desinteressadamente os meus olhos, que só focavam os maravilhosos corpos que exibiam os produtos que são infalíveis nos seus resultados, encravaram no título que evidenciava os benefícios das urtigas.
Interessei-me logo, pois, sempre pensei que as chatas das plantinhas que em todos os acampamentos faziam questão de me atrapalhar com as suas picadas irritantes que ardem e dão vontade de coçar, tivessem qualquer utilidade.
Li e fiquei a saber que a chata da plantinha está espalhada por todo o mundo, graças aos feitos do nosso povo colonizador e que o seu veneno deixa de fazer efeito depois de colhida.
E porque é tão boa a urtiga? Pelas suas propriedades e a sua composição; Os elementos activos conhecidos até agora são: ferro, clorofila, lecitina, tanino, ou glicósido ainda não identificado, uma secretina semelhante à do espinafre, ácido fórmico, mucina, cera, caroteno, vitamina A e numerosos minerais, especialmente cálcio, ácido salícico, magnésio e manganês.
E é bom para quê? Perguntam vocês. Ora bem, diz-se que a urtiga produz um efeito diurético parecido com o do chá preto. Que a secretina actua como excitante do estômago, do intestino, do pâncreas e da vesícula. Com o aumento das secreções dos sucos digestivos efectua-se simultaneamente uma excitação do movimento intestinal. Que o teor da urtiga em compostos orgânicos de ferro e em clorofila capacita-a para incitar a renovação do sangue, aumentando a hemoglobina e os glóbulos vermelhos. A eficácia é análoga à do sumo de espinafres. Que, tal como acontece com as folhas de arando, também a urtiga influi favoravelmente no metabolismo do açúcar nos diabéticos, que podem poupar injecções de insulina mediante este específico natural. Que também parece comprovarem-se propriedades anti-hemorrágicas, devidas provavelmente à presença de tanino. Que o efeito adstringente das urtigas se faz notar numa série de doenças disentéricas. Mas, em contrapartida, podem facilmente constituir um laxante, de modo que se torna lícito falar da sua capacidade como elemento normalizador do intestino. Que se consegue uma forte circulação do sangue pela pele e pelas regiões orgânicas internas golpeando o corpo com urtigas (a «urticação» dos antigos). Este aumento da circulação actua favoravelmente nos mais diversos processos reumáticos, musculares e arteriais.
“E por onde podemos tomar ou aplicar a urtiga?” Pensam vocês. Pois, fazendo um cházinho “light”,sem bolinhos, ou numa saladinha bastante nutritiva, ou numa sopinha consistente, a urtiga fica sempre bem.
O chá, obtido fazendo cozer durante cinco minutos folhas trituradas com 200 ml de água, que se deve beber três vezes por dia, é indicada para as cólicas renais, com expulsão de areia e cálculos, falhas cardíacas com congestão, inflamação renal, icterícia, cólica intestinal, espasmos gástricos, catarros gastrointestinais e pobreza de sangue (anemia).
Sugerem o suco cru nos casos de hematúria, escarros sanguíneos, hematêmeses, regras excessivas e muito frequentes, e hemorragias hemorroidais. Para tal, temos a bela da leve saladinha. Vai de comer a urtiga a cru com as outras verdurinhas todas. Nhami!
Pelo que li também é muito conhecido o excelente efeito das tinturas de urtigas contra a caspa e a queda do cabelo. Prepara-se a tintura da seguinte maneira: coze-se, durante meia hora, um litro de água com meio litro de vinagre e 250 g de raízes de urtiga picadas. Seguidamente, filtra-se o líquido. Com esta tintura lava-se a cabeça uma vez por semanal esfregando-se depois com azeite de oliveira puro. Já tá!
Como se lê, a chata da urtiga é super poderosa. Só ainda não descobriram para o quê que não serve. Se a moda pega, passamos a ver o pessoal na mata de cú para o ar à cata da urtiga para aplicar… onde quiserem! Dá para tudo! Lá se vai o ALOÉ!

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