segunda-feira, agosto 04, 2008

O Tuga e o trânsito

Hoje falemos de trânsito, ou melhor, dos condutores que povoam as estradas deste nosso Portugal. O que se aprende nas escolas de condução deve ter duração limitada, porque há muita gente que parece que se esqueceu de tudo o que aprendeu. Ou então agora a presença nas aulas não é obrigatória, porque aquilo que aprendi pouco tem a ver com o que se passa na estrada todos os dias. Falo especialmente da circulação em auto-estradas, onde há duas situações que me baralham completamente as ideias, ou irritam profundamente dependendo da altura do mês.
Entrada na auto-estrada: nas vias de aceleração costuma haver um sinalzito igual a este (às vezes, além do sinal vertical, existe também o horizontal):



Na minha opinião, estes sinais são redundantes (tão lá só para reforçar a ideia), porque diz o código da estrada, no Artigo 31º:
Cedência de passagem aos veículos que transitem em certas vias ou troços
1 Deve sempre ceder a passagem o condutor: Que entre numa auto-estrada ou numa via reservada a automóveis e motociclos, desde que devidamente sinalizada, pelos respectivos ramais de acesso;


E não menciona, em ponto algum, que quem circula na auto-estrada tem a obrigação de mudar de via de trânsito ou travar, para que o outro possa entrar sem ter trabalho. Nesta situação (e em muitas outras) os condutores acham que o simples facto de assinalarem a mudança de via (como obriga a lei) é o suficiente para passarem a ter prioridade sobre todos os outros.
Outra que me chateia é pensar no dinheiro que a Brisa e afins gastam em alcatrão para construirem ou alargarem as AE para 3 vias. Para quê amigos? Praticamente ninguém usa a faixa da direita... Poupem esses trocos para repavimentarem as AE (principalmente a A8 que é uma desgraça até Torres Vedras) com aquele alcatrão maravilha que existe na A5, que não faz barulho.
Artigo 14.º
Pluralidade de vias de trânsito
1 Sempre que, no mesmo sentido, sejam possíveis duas ou mais filas de trânsito, este deve fazer-se pela via de trânsito mais à direita, podendo, no entanto, utilizar-se outra se não houver lugar naquela e, bem assim, para ultrapassar ou mudar de direcção.
Parece-me bastante explícito, mas o pessoal não quer saber, a via do meio é que é boa.


O governo bem tenta lançar campanhas de sensibilização, aumenta as multas, esforça-se para aumentar a fiscalização, mas nada disto funciona. O grave problema que temos nas nossas estradas é só um: a falta de respeito e consideração que a maioria dos condutores tem pelos outros. Não sou uma condutora exemplar, infrigo o código da estrada bastantes vezes, mas não faço aos outros o que não gosto que me façam.

Podem ler o código da estrada aqui.

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