
Com o Miguel, o Pipo, o Tó e os outros já tinha tentado adivinhar. Lançávamos hipóteses na esperança de aproximar. Tínhamos um ponto de partida, o nosso próprio consolo. Era bom, é óptimo, mas agora sei que não é nada comparando com o entre pernas da Manela.
Ai! O tocar nos seios, beijar os seus lábios sedosos e seu pescoço alvo, tocar no seu suave ventre e as suas nádegas. Acariciar as suas coxas, sentir a sua respiração ofegante. Apreciar e arrepiar quando oiço os seus gritinhos e gemidos, quando murmura baixinho o seu prazer. Nada, nada, mesmo nada é melhor que isto.
Mesmo que queira, que tente recuperar essas sensações, sei que, aqui onde estou, não vou ter o mesmo prazer. Sei que não vou ter outra vez a Manela.
Regresso para a mesa da sala de jantar com a tristeza de me ter abandonado a pura felicidade. Agora já não me incomoda o que irá dizer o meu pai. Pouco me importa o sermão, que ele tenha descoberto a minha ousadia, o meu pecado. Sei que qualquer que sejam as consequências, nada me fará arrepender da grande causa, a Manela.
Ao entrar na sala ninguém parou o que estava a fazer para contemplar-me ou enfrentar-me com o olhar. O meu pai rabiscava uma folha de papel, a minha mãe arrumava a bancada da cozinha e o meu irmão brincava num canto, sentado no chão. Parecia que o motivo do meu atraso já tinha sido esquecido. Esse era o meu desejo, mas mal me sentei à mesa para comer, a minha mãe trouxe-me o prato de sopa e ao pousá-lo na mesa olhou-me com aqueles olhos de quem diz: “estou farta de te avisar”.
Ao ir agarrar a colher para começar a comer a sopa, o meu pai esticou o seu braço e com a sua mão impediu-me de chegar à colher. Olhamos um para o outro.
1 comentário:
Voltaste!!!!!! Bem vindo!!!
Beijosssss
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